Hoje é o grande dia
De se entregarem vagos
À viagem dos reis magos
As mesas fartas de amor
Contagiam ruas e calçadas
Da cidade de brilho multicor
Os mais quentes bebem
Os mais crentes rezam
Porém todos esquecem
Que aquele que nasce
Também logo morre
Com ou sem razão
Vítima do velho tempo
Da própria desesperança
Ou da alheia incompreensão.
[Escrevi em Natal-RN # noite de 24 de dezembro de 1981]