sábado, outubro 24

autonota de falecimento



Morro enfim,
Alegre perante um copo
Morro cedinho
Com a cidade nascendo
Morro sutilmente
Leve e cintilante
Olhando para o espelho
E com a alma sorrindo
Morro barbudo despenteado
De anel e pulseira
Morro cantando
Morro esperando

Nem lembro o que deixo
Nem sei o que foi
Perdi a conta
Mas morro sabendo
O tudo do nada
Morro assim,
Talvez querendo
Morro de vez
Besta de tesão
Morro acordando
Nesse mesmo velho balcão.



[Escrevi em Lorena-SP # 1979)

16 comentários:

  1. Lindo, Dalton!!!
    Morre não...renasce como o verão.
    Um beijo

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  2. Pode-se morrer de tristeza, de felicidade, de tesão, de esperança. Só não devemos querer morrer de verdade.
    Lindo o seu poema.
    Luiz Ramos

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  3. Você é muito generoso Wanderley. Grato pelo elogio.
    Um abraço!

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  4. Oi Lau. O bom da gente é poder estar sempre renascendo. Grato pelo carinho.
    Um beijo!

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  5. Podemos - e devemos - é viver de verdade, amigo Luiz Ramos. Obrigado pela presença.
    Um abraço!

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  6. Dalton!
    Morrer assim até que não é mal.
    Esse é um lugar onde podemos cultivar velhas e boas amizades!
    Abraço!

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  7. Adorei, como sempre, o poema
    Mas "morrer!..."
    Nem de escrever gosto
    Mesmo que a vida seja um "dilema"
    Nunca venho a querer
    Morrer de cedo, aposto.


    Viver, é lindo
    Crescer também!
    É um dom especial
    Mesmo com o tempo "findo"
    Andar aqui e além
    Não fez...nem nunca faz mal!...

    Grande poeta encontrei
    E quase nem procurei
    Nem vou mais deixar de ler
    Com poemas de brincar
    E é por isso secalhar
    Que comigo está a"mexer"

    bjo Áurea

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  8. Amigo Mariano, morremos a todo instante quando no segundo imediato nascemos para novas perspectivas de vida...
    Grato pela presença. Um grande abraço!

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  9. Oi amiga Áurea! Seus comentários não só esbanjam muita criatividade, bem como evidenciam grande generosidade. Muito obrigado.
    Um beijo!

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  10. Ainda bem que foi escrito em mil novecentos e lá vai pedrada... (rsrs) Para nossa sorte você continua vivo!
    Saindo da brincadeira... De vez em quando morremos para um renascer; um renascaer da vida!

    Olha, queremos saber mais o que você pensa sobre as bromélias. O debate continua...

    Um grande abraço, amigo!
    Luísa

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  11. Olá, na parede da casa de dentro tem escritos seus e a morte que salva do todo-dia é a salvação. Sinto assim. Abraços.

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  12. Oi Luísa. Estou vivo porque sobrevivi a diversos velhos balcões.
    Valeu a presença. Um beijo!

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  13. Olá AnaLuíza, fico muito feliz por sua visita.
    Que bom encontrar a salvação na casa de dentro da parede...
    Um beijão!

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  14. Poema lindo!!E a foto D+++++++++...Aquele personagem que toda cidade abriga um;muito bom.Grande beijo pra ti.

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  15. Olá Zilda. Grato pelo elogio.
    É verdade. Toda cidade tem personagens interessantes e ímpares ilustrando seu folclore.
    Um beijo!

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