segunda-feira, agosto 31

tempo firme


Entretanto, o vento movia
As retinas da esquecida tarde
Esqueci até seu sobrenome
Talvez por impaciência;
Passavam trens
Cantavam pássaros
O minuto não era um minuto

Por mais que se olhe
O azul do fim do mundo
O final da noite
Será apenas mudo;
Despencavam folhas
Ciscavam galinhas
O minuto era o minuto

Engraçado, quase não rima
Esta vontade de voar
O liquidificador liquida
A tortura da espera;
Dormiam cães
Tocavam músicos
Um minuto não era o minuto.




[Escrevi em São Paulo-SP # 1986]

24 comentários:

  1. Oi, Dalton
    Tudo bem?
    Gostei do que escreveu, há vinte e três anos, muita criatividade!
    Um abraço e tudo de bom!

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  2. Como sempre Dalton, impecável e inigmático em seus poemas. Amei.
    Abração

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  3. Já vi que seu talento vem de muito "tempo", hein Dalton. Adorei seu poema!Concordo com o Wanderley.
    O tempo é algo que me encanta, sabia? Ele é mensurável em horas e minutos ,sabemos. Mas por outro lado é só fazermos algo que nos faz bem, por exemplo,para que horas e minutos passem num instante."Um minuto não é o minuto", como vc diz. E quando são momentos tristes e ruins, o "tempo" demora a passar. Enfim, um tirano
    Ihiii...Dalton, viajei no seu poema.

    Um beijo e meus parabéns!!!

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  4. Meu mestre é coisa de mineiro mesmo essa paciência. Sim porque se soubessemos já teriamos eu e a senadora roubado esse lindo poema rsrrsrsrsrsr.Mestre amigo esse minuto nos faz pensar mesmo. Quanto coisa fariamos e quanta deixariamos de fazer.Quantas vezes ansiamos por uma noticia e esse minuto torna-se uma eternidade.Mestre e prefeito esse poema é sensacional.

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  5. Belissimo teu texto Dalton! "Por mais que se olhe o azul do fim do mundo o final da noite será apenas mudo..." adorei esse trechinho :)

    E a respeito do teu comentário em meu texto tambem espero que dos olhos de MAgnólia caiam só gotas de vida' ...

    Bom é isso tenha uma boa semana ... Grande abraço! Bjs.

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  6. Obrigado, Zilda. Na verdade, eu comecei a rascunhar alguns pensamentos aproximadamente lá pelos 11 anos de idade.
    De lá pra cá a gente vem tentando aprender, uai.
    Valeu a visita. Um beijo!

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  7. Wanderley, grato pelos elogios.
    Os enigmas são nós não só para os leitores desatarem. Eu ainda fico à deriva em muitos deles.
    Inté. Um abraço!

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  8. Pois é Lau. Há quarenta anos eu tento rabiscar algumas ideias. Já "talento" é pura generosidade sua.
    Com certeza o tempo é o grande senhor da existência.
    Gostei muito do seu comentário. Um beijo!

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  9. Antonio, quem roubar esse poema vai ficar sem Internet por dois anos. Sabes que praga de professor quase sempre é reprovada.[rsrs]
    Grato pelo elogio ao poema. Um abraço!

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  10. Menina Magnólia, o final é sempre mudo.
    Mas, até chegar nele, muitas palavras enxargadas de vida ainda teremos pra falar.
    Grato pela grata visita. Um beijo!

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  11. As palavras bordam o Sobradinho e entrelaçam-se num quadro rural, como uma pintura de um clássico e eu sinto o sabor bucólico de cada tempo.. É, maravilhoso! Beijo amigo Graça

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  12. Graça, fico muito feliz em saber que ocantinhodacurva proporciona-lhe essa emoção.
    Pois saiba, também, que o Zambezina nos transporta no tempo e no espaço através de um lirismo ímpar.
    Grato pelos elogios. Um beijo!

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  13. Adoro vir no teu cantinho, nele encontro belas poesias.
    Grande poeta.
    Que bom que sou privilegiada em visitar o teu blog.
    bjs

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  14. ...por mais que se olhe o azul do fim do mundo...
    o tempo, sempre o tempo e o movimento...


    Dalton, que maravilha é vir aqui e encontrar suas palavras dançando em meu espaço. Obrigada!
    um abraço

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  15. Muito obrigado, Mariana, por suas palavras recheadas de generosidade.
    Privilegiado sou eu, por possuir amigos tão carinhosos como você.
    Um grande beijo!

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  16. Olá Gisela, sua presença deixa sempre uma energia especial aqui no tempo e no espaço docantinhodacurva.
    Fico igualmente feliz porque - na matriz - você também nos proporciona sonhar com poesia e arte!
    Valeu a visita querida amiga. Um beijo!

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  17. Olá meu amigo, gosto de te ler, por demais até.
    E sempre me ligo nas datas em que você escreveu, mostra que sempre poetisas de forma ímpar, parabéns.

    Ah que coisa boa olhar essas fotos de Lorena, me batem uma saudade enorme de tanta coisa, a festa da padroeira no mês de agosto que eu não perdia de forma alguma, nossa como tudo foi belo.

    Beijos meu amigo e linda quinta pra ti.

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  18. Sempre uma boa colheita passar por aqui.Parabéns.Grande beijo.

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  19. Oi Dalton,
    Fiz faculdade em Taubaté e, naquela época, conheci Lorena e outras belas cidades da região... mundo pequeno...
    Deixei um presentinho para vc lá no meu blog, é só passar lá e pegar, é um reconhecimento pelo excelente trabalho que vc faz aqui.
    Abs, Sabrina.

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  20. Oi Majoli. Você é muito gentil. Suas palavras me deixam lisonjeado. Grato!
    É, a nossa "festa de quinze de agosto" já foi imperdível mesmo. Hoje... nem tanto, nem tanto.
    Um beijo!

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  21. Olá Zilda! Que bom tê-la aqui nocantinhodacurva!
    Um grande beijo!

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  22. Oi Sabrina. Fico feliz por sua visita!
    Pois é, menina, Lorena é uma cidade muito acolhedora que sempre deixa saudades.
    Agradeço imensamente sua lembrança ao me contemplar com o selo "fique de olho". Eu já o havia recebido da amiga Monica Fallini, mas a sua consideração e o seu carinho são muito valiosos para mim. Grato! Um grande beijo!

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  23. O tempo não faz diferença depende de cada um faz de seu tempo o que lhe convém mas viva cada segundo pois amanhã não sei o tempo que teremos...

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  24. Com toda certeza ONG ALERTA!
    "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer" sabiamente já disse o poeta Geraldo Vandré.
    Grato pela presença. Um abraço!

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