terça-feira, maio 19

chovendo em são paulo


Chuva cai
Cai chuva
Entre cimentos e metais

Gente corre
Corre gente
Corre trem
Embaixo da terra
(embaixo da Terra)
Que não é terra
Já virou asfalto

Tudo cai
Todos correm
Terra que não é terra
(terra que não é Terra)
Também corre
Também cai

Agora nem é asfalto
É leito
Leito do rio
Rio da chuva
Sem cheiro de terra
(sem cheiro de Terra)




[Escrevi em São Paulo-SP # 1980]

10 comentários:

  1. Meu mestre essas chuvas que caem nessa São Paulo de hoje. São a prova de que se vive em uma selva de pedra.

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  2. Pois é Antonio, numa selva que se multiplica desordenamente.
    E olha que escrevi esse poema num janeiro de 1980, durante um dos verdadeiros dilúvios que já detonavam a paulicéia naquela época.
    Grande abraço!

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  3. algumas coisas nunca mudam, não é, poeta?

    braço de siempre.

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  4. E o pior... por pura ingerência daqueles que sempre são eleitos pra isso.
    Um grande abraço, amigo Paulo Andel!

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  5. E o pior Dalton, chuva sem cheiro de terra é muito triste.
    Um abraço

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  6. Sem dúvida, Wanderley.
    Ainda bem que aqui nas Minas Gerais ainda podemos desfrutar desse perfume. Fartamente!
    Um grande abraço!

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  7. Triste realidade... =/

    Gostei do teu blog... parabéns!!

    Abraço!

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  8. Grato, Lany pela visita, pelo comentário e pelo elogio.
    Um abraço!

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  9. Oi amigo Dalton, que pessoa generosa você é! Encantador o comentário que vc fez lá no meu blog Pátria Amada. Que bom ter encontrado vc por aqui nesse mundo virtual.
    Ah! Vc tb é poeta! Esse homem é tudo de bom! rsrs
    Sabe que outro dia fiz umas fotos semelhantes a essa sua aqui mesmo no meu bairro, num dia de chuva forte.
    Abraço.

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  10. Laís, fico muito lisonjeado pelos elogios. Suas visitas serão sempre bem-vindas!
    Acrescentando seu comentário, penso que o descaso dos gestores pela infra-estrutura dos municípios já se tornou uma vergonhosa redundância.
    Um grande beijo!

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