terça-feira, dezembro 20

natividad



Hoje é o grande dia

De se entregarem vagos

À viagem dos reis magos


As mesas fartas de amor

Contagiam ruas e calçadas

Da cidade de brilho multicor


Os mais quentes bebem

Os mais crentes rezam

Porém todos esquecem


Que aquele que nasce

Também logo morre

Com ou sem razão


Vítima do velho tempo

Da própria desesperança

Ou da alheia incompreensão.




["Culto dos Pastores", Agnolo Bronzino]






[Escrevi em Natal-RN # noite de 24 de dezembro de 1981]



domingo, dezembro 11

pois é, mané...



CHINA, ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA e ÍNDIA, nessa ordem os três países que mais proliferam gazes de efeito estufa na atmosfera, recusam-se radicalmente a reduzir os índices dessas emissões...




domingo, dezembro 4

flor de ipanema






@ photo by Moira França @



sexta-feira, dezembro 2

meu amigo zé...





Durante os três primeiros anos da década de 80 tive a sorte, o privilégio, a satisfação e a felicidade de conviver intensamente com Zé Keti em sua temporada paulistana. Rodas de samba, bares, festas, caminhadas, feiras-livres, Paulista, Consolação, Augusta, Arouche, TBC, Redondo, Pinheiros, Santana e muito chopp e muita peixada em sua cozinha do Bairro do Limão... Grande Zé. Grande alma. Grande Voz do Morro!


sexta-feira, setembro 23

ói, óia o trem...


[Estação de Carrancas, Minas Gerais @ Photo by André Ribeiro]





Café com pão

café com pão

café com pão

Virge Maria que foi isso maquinista?

Agora sim café com pão

Agora sim

Voa, fumaça

Corre, cerca

Ai seu foguista

Bota fogo na fornalha

Que eu preciso

muita força

muita força

muita força

Oô...

Menina bonita

do vestido verde

Me dá tua boca

Prá matá minha sede

Oô...

Vou mimbora, vou mimbora

Não gosto daqui, nasci no sertão

Sou de Ouricuri

Oô...

Vou depressa

Vou correndo

Vou na toda

Que só levo

Pouca gente

Pouca gente

Pouca gente...





[Manuel Bandeira]









sábado, setembro 17

e o sol se despede da encruzilhada...









[photo by Dalton França]






masturbações escolares




Para que são usadas as avaliações educacionais?

Otaviano Helene


O Brasil tem um sistema de avaliação da educação bastante detalhado. Há informações referentes ao desempenho dos estudantes dos ensinos fundamental e médio e de como variaram ao longo dos anos. Temos comparações do desempenho dos nossos estudantes com os de outros países. Há dados sobre as taxas de aprovação, reprovação e evasão e sobre as defasagens idade-série ao longo de todo o percurso escolar. Conhecemos o número de alunos em cada sala de aula, o número de professores (e onde eles estão) e como são as instalações disponíveis em cada canto do país. Sabemos o nível de formação e de remuneração dos professores bem como suas cargas horárias de trabalho.

Além dessas informações, há muitas outras, abrangendo os diferentes sistemas educacionais (privados, municipais, estaduais e federal) e as diferentes regiões do país. Há, ainda, informações complementares, fornecidas por vários organismos, o IBGE entre eles, tais como a escolaridade média da população, o número de analfabetos e como eles se distribuem pelo país e pelas diferentes faixas etárias, como renda e escolaridade se relacionam, o efeito da escolaridade da mãe na saúde e educação dos filhos etc. Sabemos como as condições socioeconômicas afetam a evolução escolar das crianças e jovens e quais os custos diretos e indiretos induzidos pela frequência à escola, permitindo-nos dimensionar a necessidade de instrumentos de gratuidade ativa que compensem esses custos quando eles não podem ser suportados pelas famílias ou pelos responsáveis. Conhecemos as carências de profissionais em cada região do país, seja nos serviços, na indústria ou na agropecuária. Sabemos como os investimentos educacionais afetam o desempenho dos estudantes e as condições de trabalho dos professores. Além disso, os resultados de todas essas avaliações e dados estatísticos são analisados detalhadamente por diversos especialistas.

Enfim, temos todas as informações necessárias para construir um sistema educacional adequado às demandas, às possibilidades e aos anseios da população e localizar e corrigir os problemas existentes. De fato, nem precisaríamos de todas aquelas informações para agir. Muitos países construíram ou corrigiram seus sistemas educacionais com muito menos informações do que temos.

Se os problemas educacionais que temos continuam existindo, não é porque não os conheçamos, ou não saibamos como corrigi-los ou porque faltem ao país os recursos financeiros, mas, sim, por uma decisão política. Raramente alguma ação ou proposta por parte dos governos, em todos os níveis e tanto nos âmbitos dos executivos como dos legislativos, é embasada nas informações e análises educacionais de que dispomos. E quando isso é feito, usam-se informações muito parciais e analisadas de forma incompleta ou mesmo errada, apenas para dar àquela ação uma aparência de seriedade. Outras vezes, as ações governamentais estão em completo desacordo com os fatos e análises disponíveis, sendo fundamentadas em mitos ou mentiras: a privatização do ensino superior, baseada na falsa incapacidade econômica do país e na maior eficiência do setor privado é um exemplo disso. Não raramente, ainda, justifica-se um novo processo de avaliação sem examinar e usar os resultados já existentes, criando a ilusão que é ela, a avaliação, que irá resolver o problema. Ora, é evidente que a avaliação por si só não resolve nenhum problema, assim como o termômetro, por melhor que seja, não cura doença alguma.

As avaliações têm sido usadas para culpar estudantes, professores, diretores ou pais e responsáveis, sem que os problemas apontados sejam enfrentados. Ou para punir professores cujos alunos não atingiram um determinado desempenho. Ou, ainda, para produzir ranqueamentos, informando os consumidores – já que a educação foi transformada em uma mercadoria, que cada um adquire na medida que seu poder de compra permite – quão boa ou ruim é a mercadoria que seu poder aquisitivo permitiu adquirir. Talvez falte apenas uma avaliação a ser feita: quão caro – social, cultural e economicamente – a população, especialmente sua parte menos favorecida, pagará no futuro pela má educação que o país está hoje oferecendo à enorme maioria de suas crianças e de seus jovens.



Otaviano Helene é professor do Instituto de Física da USP, ex-presidente da Associação de Docentes da USP e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas.


terça-feira, junho 14

labor


O mineiro trabalha em silêncio...



para ouvir a chuva fecundando o seu trabalho!




[Escrevi em Cruzília-MG # 2008]


quarta-feira, maio 25

postagens



Autor: Antonio Carlos Barro [facebook.com]
Convencionou-se dizer que o General De Gaulle disse essa célebre afirmação: 'o Brasil não é um país sério'.
O Manual de Redação do Jornal Estadão de São Paulo ensina: "Não há nenhuma prova de que o general tenha dito que ‘
o Brasil não é um país sério’.
Evite a citação, portanto."
Mas o Brasil é sério? Não pode ser! ..............................................................
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Se De Gaulle não disse a famosa afirmação, deveria ter dito.










Autor: Dalton Araújo Galvão de França [www.facebook.com]
Convencionou-se dizer que o Brasil disse esse célebre devaneio: 'além de sério, sou justo'.
A Ética, a Justiça, a Cidadania e a Democracia ensinam: "Há inúmeras provas de que o Brasil tenha dito que 'além de sério, sou justo'. Não evite a citação, portanto."
Mas o Brasil não é justo? Pode ser! ..............................................................
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Se o Brasil disse o (quase) célebre devaneio, não deveria ter dito.




terça-feira, maio 10

labaredas de são jorge




[by Dalton França in cantinhodacurvadocórgo]


domingo, março 13

onda de porto



Há tempo muito
Já desajeixada,
Fica a humanidade
Logo espantada
Quando louco evento
Surpresa apresenta
E rotação terráquea
Vidas re(des)orienta.






[Escrevi em Cruzília-MG # 2011]





sexta-feira, março 11

roda viva


Roda, roda... vida rodada.

Roda, vida! E seja roda viva.







[Moira França; 2011]

quarta-feira, março 9

mulher

Parabéns para todas as minhas amigas guerreiras!




Porque hoje também é o dia universal da mulher...


Depois de amanhã idem... e assim sucessivamente,


pois as mulheres são as grandes responsáveis pelo que ainda resta de


equilíbrio, lucidez, ternura, harmonia e amor na humanidade.