quinta-feira, abril 30

pouco

Bastaria um rio alucinado
Tropeçando pelas pedras
Ou um raio metadourado
Trincando veias nas serras

Bastaria um olho aberto
Mirando longe a distância
Ou um dia quase incerto
Fervendo feito infância

Bastaria uma chuva do céu
Lambendo a terra com fome
Ou um pedaço de papel
Guardando o seu nome

Bastaria uma vontade louca
Umidecendo nosso leito
Ou uma palavra rouca
Nascendo dentro do peito.



[Escrevi em Lorena-SP # 1985]

2 comentários:

  1. Bastaria que esse amigo
    nos brindasse mais vezes
    com belas poesias assim
    para que nosso espaço
    chegasse a perfeição
    e as donzelas vibrassem
    com tamanha emoção.

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  2. Aos poucos vamos nos acostumando com as ferramentas do blogspot. Consequentemente, os poemas vão pipocando.
    Grato pelas palavras generosas, amigo Antonio dos Campos.
    Um grande abraço!

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